O processo de parir é um momento único na vida de uma mulher. O parto humanizado é o respeito à unicidade de cada pessoa, é a assistência personalizada e a escuta qualificada.
A informação de qualidade precisa ser levada para as famílias e a partir daí cada um fará suas próprias escolhas.
É necessário trabalhar com o igualitarismo no acesso à assistência, aceitando e respeitando o Plano de Parto, conscientizando as mulheres, respeitando o direito ao acompanhante e à doula e oferecendo assistência de qualidade com profissionais competentes e qualificados.
O parto humanizado não está atrelado a um lugar específico, podendo ocorrer tanto na casa da família quanto em uma sala de hospital, desde que o ambiente seja confortável e acolhedor. O que importa é a assistência humanizada, respeitosa e de qualidade, onde a mulher é a protagonista do seu próprio parto.
O parto precisa ser colocado como um evento sociocultural e a visão da sociedade, dos familiares e dos profissionais que assistem ao parto precisa ser mudada. O parir tem sido banalizado, como se apenas mulheres de baixa renda e escolaridade devessem parir de parto normal.
O termo humanizado só existe no Brasil. A cultura cesarista traz uma falsa sensação de segurança, pois a verdade é que a cesárea implica em muito mais riscos de morte para a mãe e para o bebê. A cesárea é um bem de consumo.
Nós, profissionais do parto, precisamos mudar esta realidade, e para que essa mudança seja efetiva, é preciso trazer informação de qualidade para as famílias através de um pré-natal bem acompanhado e esclarecedor.
É possível e é importante fazer diferente. O parto normal precisa ser visto com mais naturalidade e as mulheres precisam ter consciência de suas escolhas.
As evidências científicas demonstram que partos de baixo risco acompanhados por enfermeiras obstetras ou obstetrizes resultam em melhores desfechos e apresentam vantagens quanto a redução de intervenções e maior satisfação das parturientes.
(Artigo escrito pela enfermeira obstetra Shirley Fernandes)
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