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Pré-natal

Por: Shirley Fernandes

O pré-natal é essencial durante a gestação e traz benefícios tanto para a saúde da mulher quanto do bebê. O termo se refere ao acompanhamento realizado por profissionais de ginecologia e obstetrícia para ajudar na preparação da gestante — e da família — para esse momento tão importante de sua vida, que é a chegada de um filho.

No decorrer do pré-natal, a gestante passa por vários encontros com os profissionais que vão acompanhá-la durante essa fase de preparação, promovendo assistência e orientação a respeito de inúmeros temas.

O médico obstetra é responsável por solicitar exames, avaliar a saúde da mulher, investigar doenças crônicas preexistentes, detectar condições que classifiquem a gravidez como de alto risco, monitorar o desenvolvimento fetal, entre outras ações.

Quando a escolha é pelo parto humanizado domiciliar, o pré-natal inclui o contato com enfermeiras especialistas em Enfermagem Obstétrica e Ginecológica, as parteiras urbanas, que oferecem todo o suporte e assistência necessários para as mulheres que desejam vivenciar esse momento na própria residência. As doulas também têm importante papel nesse cenário, uma vez que estão ali para dar apoio emocional à gestante/parturiente.

Todas essas questões precisam ser trabalhadas no pré-natal. Por isso, é importante que você saiba o que acontece durante o acompanhamento e qual é a importância da assistência para a saúde materna e fetal. Além disso, este texto aborda como é realizado o pré-natal para quem opta pelo parto domiciliar.

O que acontece durante o acompanhamento pré-natal?

O pré-natal precisa ser iniciado logo após a confirmação da gravidez. De acordo com as orientações do Ministério da Saúde, o ideal é que sejam feitas, no mínimo, 6 consultas até o final da gestação.

Na maior parte do acompanhamento, as consultas ocorrem uma vez ao mês. Após a 34ª semana de gravidez, os encontros com o obstetra aumentam de periodicidade, ocorrendo quinzenalmente e, na reta final, semanalmente.

As gestantes que se preparam para o parto domiciliar passam regularmente com o médico obstetra de sua escolha, pelo SUS ou convênio, mas também realizam, ao menos, 3 consultas de pré-natal com a equipe de parteiras que será responsável por acompanhar o parto.

Em resumo, veja os pontos principais de um acompanhamento pré-natal!

Realização de exames

Vários exames são solicitados no começo da gestação, e alguns precisam ser refeitos no terceiro trimestre. São importantes para avaliar a saúde da mulher, verificar o quadro de patologias preexistentes e fazer o rastreio de infecções e outras alterações que possam prejudicar a evolução gestacional.

Os principais exames a serem feitos durante o pré-natal incluem:

  • Papanicolaou;
  • glicemia de jejum;
  • exames de urina;
  • hemograma completo;
  • sorologias para infecções, como sífilis, rubéola e hepatite;
  • grupo sanguíneo e fator Rh;
  • ultrassom obstétrico;
  • ultrassom morfológico de primeiro e segundo trimestre;
  • entre outros.

Monitoração frequente da saúde materna e fetal

Em todas as consultas de pré-natal, a gestante passa por procedimentos básicos para a monitoração de sua saúde, por exemplo, verificação do ganho de peso e aferição da pressão arterial. Os batimentos cardíacos e o crescimento do feto também são verificados.

No decorrer da gravidez, são feitos exames de ultrassom obstétrico para avaliar o desenvolvimento morfológico do feto — sendo essa uma ocasião especial para a gestante, que pode aproveitar para ver os movimentos do bebê.

Na reta final da gravidez, é preciso monitorar a vitalidade e a posição fetal — se está virado de cabeça para baixo (posição cefálica) e encaixado na pelve da mãe. A quantidade de líquido amniótico e a pressão arterial materna, entre outros pontos importantes, também são observados.

Orientações gerais à gestante

No pré-natal com as parteiras, a gestante recebe todas as orientações necessárias sobre os cuidados que deve tomar na gravidez, além de esclarecer dúvidas a respeito dos tipos de parto e dos primeiros cuidados com o bebê.

As orientações podem incluir os seguintes assuntos:

  • cuidados com a alimentação;
  • abstenção de substâncias prejudiciais, como tabaco e álcool;
  • atualização do esquema vacinal;
  • informações sobre as vias de parto;
  • preparação para o parto — identificação dos primeiros sinais do trabalho de parto;
  • cuidados com o recém-nascido;
  • métodos não farmacológicos para o alívio da dor;
  • spinning babies;
  • conscientização sobre a importância da amamentação.

Quais problemas obstétricos podem ser evitados ou controlados no pré-natal?

Um pré-natal de qualidade, acompanhado cuidadosamente por profissionais capacitados e experientes, pode evitar desfechos negativos na gravidez.

Veja algumas das condições que podem afetar o desenvolvimento gestacional saudável e caracterizar uma gravidez de alto risco:

  • hipertensão arterial;
  • pré-eclâmpsia;
  • diabetes — é oportuno esclarecer que mesmo mulheres que não são diabéticas com condição crônica preexistente podem apresentar diabetes gestacional;
  • obesidade no início da gravidez ou ganho excessivo de peso ao longo da gestação;
  • infecções;
  • trombofilias;
  • placenta prévia.

A falta do acompanhamento pré-natal pode, portanto, aumentar o risco para complicações, como:

  • aborto espontâneo;
  • restrição do crescimento fetal;
  • macrossomia fetal;
  • anemia materna;
  • descolamento de placenta;
  • rotura prematura das membranas;
  • parto prematuro;
  • malformação fetal;
  • apresentação fetal anômala;
  • distocias no parto;
  • cesariana de emergência;
  • transmissão de infecção para o bebê;
  • óbito fetal;
  • complicações neonatais;
  • óbito materno — embora o número de casos seja muito menor que no passado, ainda é uma realidade.

Como é o pré-natal para quem opta pelo parto humanizado domiciliar?

O parto humanizado pode ser domiciliar ou hospitalar. O diferencial é o olhar mais humano e acolhedor para a mulher, respeitando suas escolhas e necessidades e ajudando a fazer desse momento único uma experiência positiva para a mãe e o bebê.

O tema “parto humanizado” está cada vez mais em evidência. Isso porque pouco se falava sobre violência obstétrica, antigamente. Hoje, as pacientes são mais informadas, guiam-se por experiências negativas de pessoas próximas ou pelos próprios partos anteriores que deixaram marcas — físicas e emocionais.

A mulher quer ser tratada de forma diferente, de forma humanizada, principalmente por se tratar de um momento tão delicado, carregado de expectativas, medos e ansiedade.

Aliás, o atendimento humanizado deveria acontecer em todos os casos, independentemente da via de parto escolhida e do ambiente em que acontece. Afinal, estamos falando de um ser humano vivenciando um dos acontecimentos mais importantes de sua vida.

Quando falamos em parto humanizado, muitas mulheres ainda imaginam que isso acontece em um ambiente íntimo, em uma banheira ou outro cenário como esse. No entanto, o termo humanização não se refere somente ao local ou à via de parto (vaginal ou cesárea). O foco está no tipo de assistência, no respeito e no acolhimento.

Temos duas formas de assistência e humanização do parto:

  • parto domiciliar planejado;
  • parto hospitalar com o acompanhamento da enfermeira obstetra até a transferência para o hospital.

Para ambas as situações, são necessárias, pelo menos, 3 consultas de pré-natal com a enfermeira. Nesses encontros, realizamos a educação perinatal com a gestante e sua família para informar e orientar sobre uma lista de temas importantes, como:

  • plano de parto;
  • golden hour e seus benefícios;
  • vacinas;
  • riscos da diabetes gestacional;
  • spinning babies;
  • sinais de trabalho de parto;
  • amamentação;
  • cuidados básicos no pós-parto;
  • bolsa rota;
  • como acontece a assistência ao parto domiciliar;
  • hospitais referência nos casos de intercorrências;
  • entre outras.

 

Todos esses temas são importantes, mas, especialmente no contexto do parto humanizado, podemos dar destaque à golden hour e ao spinning babies. A primeira (hora dourada) se refere ao momento em que o bebê é tirado do útero e imediatamente colocado em contato com a pele da mãe por pelo menos uma hora.

Quanto ao método spinning babies, que em tradução significa “bebê girando”, trata-se de um conjunto de exercícios que ajudam a estimular a flexibilidade pélvica da gestante, a fim de facilitar o movimento de rotação do feto para a hora do parto.

O parto domiciliar planejado é uma possibilidade somente quando o pré-natal é de baixo risco, ou seja, para gestantes que não apresentam doenças obstétricas, risco de complicações, bebê acima da média ao ultrassom ou outras condições que possam dificultar a assistência.

Caso a escolha da mulher ou a indicação/necessidade seja para o parto hospitalar, durante o pré-natal, informamos a paciente que o hospital tem condutas e protocolos, mas que ela tem o direito de escolher como prosseguir.

A gestante é a protagonista do seu parto e tem total direito de decidir como quer trazer seu filho ao mundo. Também é ela quem pode autorizar ou recusar procedimentos médicos que, muitas vezes, são feitos de forma invasiva e com base em protocolos, mas não considerando a escolha da pessoa mais interessada.

A assistência humanizada visa empoderar as mulheres para ajudá-las a ter experiências positivas nos processos de gestar, parir e maternar. Essa preparação inclui a conscientização das famílias e começa no pré-natal.

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PERGUNTAS FREQUENTES

 

O que é pré-natal?

O pré-natal é uma série de medidas e procedimentos que tem o objetivo de acompanhar a gravidez para que ela seja saudável. O pré-natal é uma assistência que pode ser feita tanto por médicos como por enfermeiras.

 

Quando devo iniciar o pré-natal?

Para um pré-natal adequado, é fundamental iniciá-lo assim que se descobre a gravidez. As consultas são realizadas, até mais ou menos a 28ª semana, uma vez por mês. Da 28ª à 36ª semana, as consultas acontecem quinzenalmente. A partir da 37ª semana, a recomendação é que as consultas sejam semanais. O bebê pode nascer a partir da 39ª semana, mas pode ser um pouco antes ou depois.

 

O que se faz no pré-natal?

A mãe e o bebê passam por uma série de avaliações e exames que verificam a evolução da gravidez. Alguns exames são: ultrassonografias, hemograma completo, curva glicêmica, medição do colo uterino, diversas doenças, estreptococos B, entre outro. O ginecologista pesa e afere a pressão da mãe em cada consulta para também acompanhar a saúde dela durante a gestação.

 

Quanto dura uma gestação?

Uma gestação típica tem duração de 39 semanas, mas esse tempo pode variar de acordo com alguns fatores. A primeira gestação geralmente dura mais, podendo chegar a 42 semanas. Gestação de gêmeos pode chegar às 39 semanas, mas geralmente é satisfatório chegar a 37 semanas.

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