Pós-parto ou puerpério é o período pelo qual a mulher passa logo após o nascimento de um filho. É uma fase delicada, que envolve diversas mudanças físicas e emocionais. Processos fisiológicos ocorrem em diferentes sistemas para que o corpo retorne às suas condições de antes da gestação.
Em geral, as transformações ocorrem ao longo de 40 dias, aproximadamente. No entanto, pode demorar meses para o completo restabelecimento do corpo da mulher.
Os processos mais importantes acontecem no sistema reprodutor, incluindo as alterações hormonais, o retorno do útero ao seu tamanho normal (anterior à gravidez) e a produção de leite materno. Outras mudanças também ocorrem nas funções respiratórias, cardiovasculares, urinárias, gastrintestinais e no sistema hematopoiético, responsável pela produção de células sanguíneas.
Além das tantas modificações anatômicas e funcionais, a mulher lida com uma intensa carga emocional no pós-parto. É uma nova rotina, que exige adaptações conjugais, familiares, sociais e na esfera profissional. Somam-se a isso as noites mal dormidas, o cansaço físico e os cuidados constantes com o recém-nascido. Nesse cenário, o apoio da família e a assistência humanizada de enfermeiras obstetras são de grande importância.
Quais são as fases do pós-parto?
O puerpério tem início com a dequitação ou saída da placenta. O tempo aproximado de duração é de 45 dias.
O pós-parto é classificado em 3 fases, começando pelo puerpério imediato, que dura cerca de 10 dias. Em seguida, temos o período de pós-parto tardio, que vai do 10º ao 45º dia, aproximadamente e, por último, a fase remota, que abrange os meses seguintes, até que o corpo da mulher retorne completamente ao estado não gravídico, anterior à gestação.
Na fase do pós-parto imediato, ocorrem as principais modificações para que o corpo volte ao seu estado anterior à gestação. As estruturas que mais sofreram alterações, como o útero que expandiu e os órgãos ao redor do útero que se deslocaram, passam por rápidos processos para retomar sua anatomia e posição na cavidade abdominal.
No pós-parto tardio, as mudanças continuam, embora sejam mais lentas. Por exemplo, a loquiação — sangramento uterino — pode durar até 5 semanas.
Por último, a duração do pós-parto remoto depende da continuidade do aleitamento materno. Mulheres que seguem com a amamentação exclusiva podem ficar sem menstruação por meses, ao passo que os níveis dos hormônios que regulam a produção de leite se mantêm em alta.
Quais cuidados são importantes no pós-parto?
Tanto a mãe quanto o bebê necessitam de cuidados nessa fase. Entre as questões importantes com as quais a mulher lida no pós-parto estão:
- sangramento vaginal, que dura semanas;
- dor no períneo e cuidados com as lacerações;
- higienização da cicatriz da cesárea, dependendo da via de parto;
- atenção aos sintomas de infecções;
- dificuldades na amamentação, como dor e fissuras mamilares, bebê com pega incorreta, ingurgitamento mamário, mastite e outras condições;
- mudanças na sexualidade;
- mudanças na dinâmica familiar e na vida social;
- cuidados constantes com o recém-nascido;
- alterações hormonais;
- mudanças no padrão de sono e cansaço.
Diante dessas e outras situações, a assistência profissional é importante. Para famílias que contam com o suporte de nossas enfermeiras obstetras, são feitas duas visitas na primeira semana de pós-parto, após 24 e 72 horas de vida do bebê, em caso de parto domiciliar, ou uma visita após 24 horas de pós-parto na modalidade de assistência hospitalar.
Nessas consultas, a mãe e a criança são avaliadas, assim como a família recebe orientações sobre amamentação, cuidados com o recém-nascido e informações sobre a recuperação materna. Inclusive, pode ser necessário realizar aplicações de laserterapia para tratar a ferida operatória da cesárea ou acelerar o processo de cicatrização de lacerações e traumas no períneo.
Após 40 dias, também é recomendado que a mulher passe em consulta com seu ginecologista para ser orientada sobre a retomada da vida sexual e os métodos de contracepção apropriados durante a fase de amamentação.
Outro ponto importante é o risco de depressão pós-parto, uma condição clínica associada às bruscas alterações hormonais. A família e a equipe de assistência podem notar sinais desse problema e, se necessário, ajudar a mulher a buscar ajuda especializada.
Quanto ao recém-nascido, a equipe de assistência ao parto e pós-parto promove os primeiros cuidados logo após o nascimento, respeitando a golden hour — primeira hora de vida do bebê, quando deve acontecer o contato pele a pele ininterrupto com a mãe.
No parto hospitalar, a criança que apresenta boas condições ao nascer segue para o alojamento conjunto com sua mãe, após passar pelos cuidados iniciais na sala de parto. Já no parto domiciliar, a equipe de parteiras realiza a assistência na casa da mulher, observando o bem-estar do binômio mãe e bebê.
O recém-nascido precisa passar por vários exames durante seus primeiros dias e semanas de vida, como os testes do pezinho, do coraçãozinho, da linguinha, do olhinho e da orelhinha. A família é orientada sobre os locais e prazos para realizar esses exames chamados de triagem neonatal.
Na consulta de 24 horas de pós-parto, nossa equipe realiza a oximetria de pulso, conhecida como teste do coraçãozinho. É um exame importante para identificar alterações na saturação de oxigênio e nos batimentos cardíacos. Quando alguma alteração é detectada, o bebê precisa ser encaminhado para avaliação médica.
A equipe de enfermeiras obstetras tem importantes responsabilidades na assistência ao parto e pós-parto. Atuamos de forma humanizada, com postura acolhedora, oferecendo os cuidados necessários para o bem-estar da mulher e seu bebê.
Nossa equipe também oferece consultorias de amamentação, cuidados com o recém-nascido, retorno ao trabalho para a mulher que amamenta e desmame gradual. Dessa forma, ajudamos a tornar a experiência de maternar ainda mais positiva.