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Pré-natal para parto domiciliar (parto em casa): particularidades e importância das enfermeiras obstetras

Por: Shirley Fernandes

O pré-natal é o acompanhamento realizado com profissionais de assistência obstétrica — médicos e enfermeiros — durante todo o período de gravidez. É essencial para promover a saúde da gestante e do bebê. Envolve várias consultas, exames e orientações para que a gestação evolua sem complicações, favorecendo um nascimento seguro, tanto em hospital quanto no parto domiciliar.

No pré-natal, a gestante é orientada sobre os cuidados com a alimentação, suplementação vitamínica (quando necessário), prática de exercícios físicos adequados, monitoramento do peso corporal e outras condutas importantes. Além disso, a mulher recebe informações sobre as fases da gestação, as condições do desenvolvimento fetal, a data provável do parto, os tipos de parto, fases do trabalho de parto, amamentação e mais temas sobre os quais ela tenha alguma dúvida.

O acompanhamento obstétrico também permite detectar precocemente possíveis alterações na saúde materna ou no desenvolvimento da criança, assegurando, assim, o tratamento necessário para evitar intercorrências gestacionais.

Por meio dos exames do pré-natal, é possível identificar os casos considerados de risco, como pré-eclâmpsia, diabetes gestacional e problemas placentários. Com base no quadro de cada gestante, podemos orientar sobre as opções de parto.

O pré-natal para quem pretende ter o parto em casa é semelhante ao das gestantes que têm seus filhos em hospital, mas há algumas particularidades, as quais vamos mostrar neste post. Confira!

O que é parto domiciliar?

Parto domiciliar é o que acontece na casa da gestante, portanto, no conforto de seu lar e com a presença das pessoas que ela deseja que façam parte desse importante momento. A assistência a essa forma de parto e nascimento é humanizada, baseada em empatia e acolhimento à gestante, bem como respeito às suas escolhas.

Para que o parto em casa aconteça com segurança, é necessário observar alguns critérios recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como:

  • ter assistência de uma equipe formada por, pelo menos, duas enfermeiras obstetras;
  • estar a 20 minutos de um hospital, para o caso de emergências intraparto e necessidade de transferência;
  • assegurar que a gestante tenha boa saúde e baixo risco de complicações no parto, o que é avaliado durante o pré-natal e é conhecido por gestação de risco habitual.

Sendo assim, as consultas pré-natais são fundamentais para confirmar se a gestante é uma candidata adequada para o parto domiciliar. O acompanhamento é feito normalmente com o médico obstetra, mas também são necessários, pelo menos, 3 encontros em paralelo com as enfermeiras que que acompanharão o trabalho de parto.

Nas consultas com a parteira ou enfermeira obstetra, a gestante tem oportunidade de esclarecer dúvidas, elaborar o plano de parto e receber todo o preparo necessário para viver essa rica experiência. Na reta final da gravidez, também é possível pedir orientações específicas, por exemplo, como a consultoria de amamentação.

As consultas de pré-natal com as enfermeiras obstetras de nossa equipe são realizadas no domicílio da mulher e têm duração de cerca de 2 horas, para que seja possível abordar os assuntos mais importantes da gravidez e do parto, o que torna este momento muito rico em informações.

Outra particularidade do pré-natal para o parto domiciliar envolve aspectos práticos e logísticos, como o preparo da casa para o grande dia. Orientações sobre os sinais de trabalho de parto e opções não farmacológicas para o alívio da dor são outros pontos abordados no acompanhamento com a enfermeira.

Mais uma questão a ressaltar é a participação do parceiro da gestante e de outros familiares no pré-natal com a parteira. É importante que a família fique bem esclarecida sobre a segurança do parto em casa.

Como acontece o parto domiciliar?

Quando bem planejado e assistido por profissionais experientes e competentes, o parto em casa é tão seguro quanto o hospitalar. As enfermeiras obstetras têm autonomia para acompanhar o nascimento em domicílio, assegurada pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), não sendo necessária a presença de um médico.

As parteiras são capacitadas para oferecer todo apoio técnico que a gestante precisa durante o trabalho de parto e após o nascimento do bebê. Além disso, são profissionais que sabem lidar com situações de emergências obstétricas e neonatais.

A gestante também pode contar com a presença de doula antes, durante e depois do trabalho de parto. É importante conhecer a doula durante a gestação para estabelecer o vínculo entre a mãe e a profissional. Enquanto as enfermeiras são responsáveis pelos procedimentos técnicos, as doulas oferecem apoio emocional e tranquilizam a parturiente.

No parto humanizado domiciliar, as enfermeiras fazem o mínimo possível de intervenções, respeitando o corpo da gestante e o tempo natural da mãe e do bebê. Logo ao nascer, a criança é colocada em contato pele a pele com a mãe para a golden hour (hora dourada).

Os procedimentos iniciais no recém-nascido são feitos com calma após a golden hour e de preferência no colo da mãe. Outras avaliações são realizadas nas consultas de pós-parto, quando a enfermeira retorna para visitar a mãe e a criança, 24 e 72 horas após o nascimento.

Além de verificar as condições de saúde da mulher e do bebê nessas visitas após o parto, a enfermeira orienta a família sobre os cuidados com o recém-nascido.

Quem pode optar pelo parto em casa?

Somente gestantes com pré-natal de risco habitual (baixo risco) podem optar pelo parto domiciliar, ou seja, aquelas que não apresentam condições que possam desencadear complicações intraparto, tais como: diabetes gestacional descompensada; hipertensão arterial (pressão alta); bebê macrossômico (com tamanho acima do normal); bebê pélvico (sentado) nas últimas semanas de gravidez, em vez de estar cefálico (de cabeça para baixo); entre outras.

Em resumo, o pré-natal é essencial tanto para o parto hospitalar quanto para o parto domiciliar. A gestante que é acompanhada desde o início da gravidez por profissionais que prestam assistência humanizada tem uma experiência diferenciada nos processos de gestar e parir. Por isso, o papel das enfermeiras obstetras é tão importante!

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